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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Grande jogada

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publicado em 03/02/2011 às 09h36

Enganou-se redondamente quem pensou que a articulação do Governo estava de “férias” e voltada exclusivamente para a cura dos traumas do começo da gestão. A convocação do deputado Manoel Ludério (PDT) para a PBprev é a prova.

A tendência de alinhamento do vereador pessoense Hervázio Bezerra (PSDB) ao bloco do Governo mexe no tabuleiro, por se tratar da adesão de um dos mais combativos aliados do senador Cícero Lucena, rival de Ricardo. Hervázio sempre foi daqueles escudeiros fiéis dispostos a desbravar batalhas perdidas em nome da luta.

Na campanha última, Hervázio resistiu ao domínio da maioria no PSDB, seguiu a divergência liderada por Cícero e voltou a enfrentar o então candidato Ricardo Coutinho. Ao final do pleito, enquanto todos esperavam sua eleição pelo apoio de Cícero, saiu apenas com uma suplência.

Após a derrota, nos seus flashes de reflexão, o vereador “cicerista” recordou que os seus contemporâneos Domiciano Cabral, Trócolli Júnior, Ruy Carneiro e até Ricardo Coutinho ascenderam nas trajetórias políticas. Ele permaneceu perto de Cícero e longe de outros vôos.

Publicamente, Hervázio dirá que fará avaliações antes da decisão de renunciar o mandato na Câmara. No entanto, bem no íntimo o vereador já decidiu que é hora de tomar outra estrada. “Chegou a hora de pensar em mim”, adiantou Hervázio, deixando nítida sua decisão de virar deputado… E ricardista.

O iminente ingresso dele na Assembléia terá ainda efeito direto na Câmara. A bancada de Luciano Agra (PSB) aumentará com a ascensão do suplente Raoni Mendes (PDT). A operação colocará os tucanos Marcus Vinicius e Luiz Flávio em situação ainda mais delicada ou em vias de adesão. Com João Gonçalves e Ruy Carneiro já próximos de Ricardo, há de se perguntar: qual será o tamanho do cicerismo?

Afinação – O senador Wilson Santiago (PMDB) se reuniu ontem com o vice-presidente da República, Michel Temmer (PMDB). Oficialmente, Santiago diz que a pauta do encontrou girou em torno de encaminhamento de projetos em tramitação no Senado. Nega discussão sobre a fatia da bancada da Paraíba no Governo Dilma.

A mensagem de Agra – Na mensagem que encaminhará hoje à Câmara Municipal, o prefeito Luciano Agra (PSB) discorrerá sobre um conjunto de ações prioritárias programadas para 2011. Outra coisa já se sabe: discursará para uma bancada mais gorda.

Posição privilegiada – O PMDB nacional fechou e deve indicar o senador Vital Filho para a Comissão Mista de Orçamento do Congresso. A função já foi exercida pelo então senador José Maranhão (PMDB) e tem força para fomentar recursos para o Estado.

Fogo – O presidente da Câmara de Bayeux, Roni Alencar (PMN), promete artilharia pesada contra o prefeito Jota Júnior (PMDB). O oposicionista declarado tem farto dossiê em mãos.

Os efeitos – Com a saída do deputado Manoel Ludgério para ocupar cargo no Governo, Daniella Ribeiro (PP) assumirá a 3ª secretaria na Mesa Diretora da Casa. Seria mais um efeito da operação?

Felizcidade – Nomeado para gerir o programa Felizcidade, o pedetista Chico Franca terá a missão de mapear as cidades mais carentes da Paraíba para priorização de investimentos do Governo.

Quinto fica – A Assessoria do ex-deputado Quinto de Santa Rita garante: ele assumirá a gestão do Produto Turístico. “Ele e o pai sempre trabalharam pela Paraíba sem precisar de salário da política”.

Audiência – A decisão mais consiste da assembléia realizada pela polícia ontem foi a insistência em solicitar audiência com o governador Ricardo Coutinho. Por enquanto, a categoria evita a greve.

Pedido – Já a Associação dos Professores em Licenciatura Plena da Paraíba tem um pleito mais modesto. Quer agenda com o secretário da Educação, Fernando Abath, mas não obteve resposta.

Frei na guerra – Na assembléia dos policiais, o deputado Frei Anastácio (PT) circulou com desenvoltura e mostrou disposição em se manter na Oposição, destoando dos colegas Anísio e Luciano.

Cortes – O presidente do Tribunal de Justiça, Abraham Lincoln, evitou abrir polêmica com o Governo sobre a redução do duodécimo. Preferiu não antecipar a decisão da corte, diferente de Catão.

Divisão da conta – Em entrevista ao Correio Debate (Rádio Correio FM), o secretário de Governo, Walter Aguiar, reiterou: “A crise é do Estado. A conta precisa ser dividida com todos os poderes”.

Comboio pesado – O superintendente da CBTU, Lucélio Cartaxo, enfrenta turbulências no cargo. O sindicato dos ferroviários não dá trégua e a cada informativo dispara denúncias contra o petista.

Entre aspas “Eu sou louco de fazer denúncia contra um governador que é blindado”. Do deputado Caio Roberto (PR), entendendo rápido as regras do jogo.
 

Reprodução do Correio da Paraíba

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