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Quase 11 anos depois

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publicado em 03/02/2011 às 16h36

Nesta semana recebi e-mail do amigo Gonçalo Pontes Junior, competente economista e advogado, e, também, renomado palestrante motivacional, como tal requisitado para proferir palestras de norte a sul deste país. Disse-me o seguinte:

– “É com enorme prazer que me dirijo a você para parabenizá-lo acerca da matéria de sua autoria preservação da ordem pública, constante da Revista A Semana do dia 21 último.

A maestria de suas linhas nos remonta a um passado onde os valores eram outros e por isto respeitava-se mais os pais e o País. Nos tempos atuais, a diferenciação entre liberdade e bandidagem já não existe mais, pois, as autoridades deixaram de valorizar A AUTORIDADE!.
Que bom se todos pudessem ler tão magnífico e inteligente artigo para, quem sabe, também remontarem um passado que não é presente e futuro porque esqueceu-se do significado VALORES!”.

Esse e-mail de Gonçalo Pontes Junior permitiu-me avaliar qual o passado a que ele, e também eu, pretendemos focar!… O de 30 ou de 20 anos atrás?
Há pertinência na pergunta porque o de uns 10 anos atrás não o é. Vejamos o que escrevi e o Jornal Correio da Paraíba publicou há quase 11 anos atrás, exatamente em 20 de março de 2000, sob o título “Síndrome da Impunidade”:

– “É triste e sobretudo preocupante o estado de impunidade a que chegamos. Não nos reportamos somente àquelas situações em que se cometem desobediências à lei de forma tão escondida, na execução de um crime quase perfeito, e que, por isso mesmo, não se descobrindo os seus autores, aquelas pessoas ficam impunes. O pior é se saber quem ou quais os criminosos (todos que cometem ato que suscita a reação organizada da sociedade) e estes ficarem impunes, como que tivessem realizado um ato legal, normal, que não contrariasse a outrem.

Algo tem de ser feito pelas autoridades e pelos poderes constituídos no sentido de debelarmos essa síndrome da impunidade que atinge o Brasil. A impunidade alcançou níveis tão alarmantes que até mesmo as pessoas comuns, sem qualquer desvio psico-social, passam a entender ser normal desobedecer e afrontar as normas vigentes, desafiando e afrontando, também, as autoridades e os órgãos responsáveis em defender e preservar a ordem social.

É reconhecível que alguns impulsos e ações de desobediência verificam-se face a omissão de quem deveria oferecer, oportunamente, as soluções justas e possíveis que cada caso requer. Mas, esta omissão não pode, também, servir de bandeira de baderneiros e incitadores da desordem social.

Por isto, repetimos: algo tem de ser feito, urgentemente, pelas autoridades e poderes constituídos, de todos os níveis (municipal, estadual e federal), com vistas a debelarmos esta síndrome da impunidade.

Se nada for feito, terminaremos estimulando, inclusive, ainda mais, clandestinos de todos os tipos a provocarem, com a pressão física, situações de desrespeito às regras sociais vigentes, quer invadindo propriedades alheias, quer ocupando desorganizadamente calçadas e/ou ruas destinadas à passagem de pessoas, quer obstruindo as avenidas e impedindo o trânsito, desconsiderando o direito dos demais membros da sociedade que a desejam racional e organizada.

E Todas essas desordens são cometidas por esta crença na impunidade, razão pela qual as autoridades constituídas são chamadas a intervir, urgentemente, antes que a desordem social seja plena.”

Passados quase 11 anos, este texto ele continua presente!
 

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