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Pé no freio

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publicado em 28/05/2015 às 09h22

Aumento de preços, queda da poupança, endividamento, redução do emprego – estes são alguns dos eventos mais visíveis em tempos de retração econômica.

Mas a crise não fica circunscrita aos indicadores macros da economia. Em sua esteira, muitos outros fenômenos acabam se instalando.

Um deles é a mudança de comportamento dos consumidores.

E os brasileiros, recém apresentados a crise, estão mudando seus hábitos.

Uma mudança, diga-se de passagem, nada sutil.

Pesquisas encomendadas pelo mercado mostram, por exemplo, que os consumidores voltaram a estocar itens, substituindo as compras semanais por grandes feiras mensais – um hábito corrente quando o Brasil vivia os tempos bicudos da hiperinflação.

A onda de carestia atual não tem (graças a Deus) a potência da que experimentamos na década de 80, mas o trauma das altas diárias de preços parece ter ressurgido, alterando a relação do brasileiro com o próprio bolso.

O dinheiro curto também tem feito o brasileiro pesquisar mais. E a comprar em ambientes alternativos aos mercados, supermercados e shoppings.

Os novos hábitos já estão se confirmando em sucessivas sondagens do mercado. Em uma delas, divulgada pela agência de publicidade Nova/SB, seis mil consumidores, entrevistados entre março e abril deste ano em diversas localidades do País, responderam que estão dispostos a andar mais pelo menor preço e reduzir a frequência de visitas às lojas.

A internet – e suas possibilidades de comparação de preços – tem sido uma alternativa, aliada aos atacados e as compras diretas aos produtores.

Outro fenômeno detectado na pesquisa: apesar de precisar comprar mais barato, o consumidor evita se aventurar por produtos novos, procurando manter as marcas que já conhece.

Para os especialistas, a decisão é racional e de fácil compreensão: em tempos de incerteza, opte pela certeza!

As respostas dos consumidores acendeu a luz amarela no mercado.

Como lidar com estes novos comportamentos? O que pode ser feito para atender gatos tão escaldados?

Prêmios para a fidelização e pacotes maiores de produtos (tipo embalagem família) com descontos são experiências que já estão sendo vistas no mercado.

O que ainda não se descobriu – em sondagem alguma dos birôs de marketing – é como reinstalar a confiança no brasileiro que, ressabiado, coloca o pé no freio do consumo.

E breca, por tabela, o ritmo da própria economia.

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