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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

A muda

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publicado em 20/02/2011 às 09h01

As penas das aves são resistentes, mas com o passar dos anos vão aos poucos perdendo o brilho. A substituição é natural. Faz parte do processo normal da vida dos pássaros. A cada ano, os aspectos biológicos das aves propiciam a muda. Nos canários, por exemplo, se bem alimentados, as mudanças não demoram muito.

As cantantes criaturas perdem quase todas as penas. Só fica o suficiente para proteção do corpo e necessário para voar. A modificação pode ser mais rápida se a temperatura estiver elevada. Se o clima do ambiente for ameno, o processo é mais lento.

Essa transmutação se assemelha muito com o momento experimentado pelo ex-governador José Maranhão. Em conversa com o repórter Henrique Lima, do Correio Debate, da Correio Sat, o próprio Maranhão fez questão de comparar sua distância da imprensa e silêncio ensurdecedor a muda dos canários.

“Estou na fase da muda. Nela, canário não canta”, tergiversou o ex-governador do PMDB. A metáfora feita pelo ex-mandatário é uma espécie de desabafo e um gesto emitido com o intuito de simbolizar uma trégua pessoal momentânea, mesmo diante de pesadas e severas denúncias de irregularidades cometidas na gestão passada.

Na muda dos canários, o pássaro pode voar com dificuldades devido a má alimentação, stress ou até por influência da luz artificial. Nessa fase, Maranhão também caminha com dificuldades. Vê parte de seu exército um tanto ausente do front e desestimulada para a batalha. Raramente os ex-frequentadores da intimidade da granja ousam sair em defesa do antigo general.

Segundo os especialistas, um pássaro em muda precoce é triste e praticamente não canta. Para Maranhão, a derrota em 2010 jamais passou pelos seus prognósticos. Foi obrigado em cima da hora a ouvir uma ‘aposentadoria’ não planejada bater na porta. O ex-governador assiste a tudo para, após criar nova plumagem, alçar outro vôo ou se confinar de vez no ninho. Nessas situações, os criadores de canários recomendam muito sossego à ave. Receita bem distante dos últimos fatos em torno de Maranhão.

Marí, nepotismo e o escárnio à moralidade – A cidade de Marí é um exemplo da capacidade que alguns políticos têm de debochar do povo. O prefeito Antônio Gomes (PSDB) emprega a mulher (Neide) como secretaria de Ação Social, e dois filhos (Alan e Rose) nas secretarias de Administração e Educação. O patriarca ainda procura um emprego para o filho (Alysson), demitido do Estado.

Alerta do ministro – Na Paraíba, de acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, 60 municípios correm o risco de epidemia de dengue. Na recente visita ao Estado, ele pediu aos paraibanos colaboração e união de esforços para combater a doença.

Faltou plano – O governador Ricardo Coutinho atribuiu a situação ao fato do governo passado não ter elaborado um plano de contingência da dengue. Ele anunciou um plano emergencial com descentralização da sorologia e do diagnóstico, além de mobilizações.

In loco – O presidente da Cagepa, Deusdete Queiroga, tem pessoalmente comandado ações nas comunidades de João Pessoa. Queiroga estabeleceu cronograma com mutirão nos bairros.

Saldo negativo – O deputado João Henrique (DEM) estava até animado com o acordo prévio para fazê-lo presidente da Comissão de Constituição e Justiça. Ledo engano; perderá até a vice-presidência.

Bairrismo
– O sargento Dênis deixou escapar que o maior problema do Governo com a polícia não é o pagamento da PEC 300. A categoria não teria assimilado a nomeação de um secretário pernambucano.

Reconhecimento – “Eu e a sociedade precisamos de um policial motivado, mas não posso enganar os policiais”. Do secretário de segurança Cláudio Lima, sobre a inviabilidade da PEC 300 tabajara.

Seletivos – Na sexta à noite, o filho do secretário de Segurança e um amigo foram abordados por dois marginais em Tambauzinho, porém o Comando da PM garante que só o colega foi assaltado.

Missão de paz – Almir Laureano entra em contato com a coluna para colocar o MovPaz a disposição da cúpula da segurança pública da Paraíba. “Estamos disponíveis para mediar momento tão difícil”.

O que falta? – O secretário de Saúde, Mário Toscano, estranhou a manutenção da paralisação dos neurocirurgiões por atraso no pagamento ano passado. “O governador aceitou todas as reivindicações”.

Ângulos – Nem toda flor é vista como o mesmo olhar no jardim girassol. O governador Ricardo Coutinho reclamou das novas regras do Minha Casa, Minha Vida. Já o prefeito Luciano Agra aprovou.

Medo do povo – O candidato a prefeito de Itapororoca, Celso Morais (DEM), alfinetou o rival Erilson Rodrigues (PP) por adiar mais uma vez a eleição suplementar da cidade. “Ele tem medo do voto”.

Coleta – O Partido Pátria Livre começa nesta semana a coleta de assinaturas para requerimento de registro na Justiça Eleitoral. A meta da diretoria é conseguir na Paraíba cerca de 15 mil nomes.

PINGO QUENTE“Aí tem muitos poliglotas da política”. Do deputado Toinho do Sopão (PTN) recorrendo ao seu dicionário de palavras bonitas para reverenciar os colegas da Assembléia.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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