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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Pouso forçado

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publicado em 25/02/2011 às 07h44

Desde que deixou o Palácio, o ex-governador da Paraíba José Maranhão se deu férias e evitou aparições públicas. Uma postura recomendada e correta que resguarda a própria imagem, impõe trégua pessoal e premia o sucessor com tranqüilidade para os primeiros passos na gestão pública estadual.

Mas o mergulho estratégico de Maranhão foi quebrado ontem. Na pior hora, com motivação ainda mais equivocada. O ex-governador foi à Brasília para, ao lado da bancada federal paraibana do PMDB, pedir ao Ministério da Defesa em favor da direção do Aeroclube da Paraíba, envolto na polêmica da desapropriação do seu terreno.

É público e notório que o piloto José Maranhão é proprietário de uma das 22 aeronaves que estão estacionadas no Aeroclube. Já o senador Wilson Santiago também é dono de outros aviões guardados naquele espaço.

De pronto, se vê sem muito esforço que os peemedebistas citados foram, em tese, ao ministro Nelson Jobim pleitear em causa própria. Se a presença de Santiago na audiência é questionável, ainda mais inoportuna é a participação do ex-governador na reunião. Ao invés de ajudar, cristalizaram ainda mais a impressão popular de que a reação da diretoria da entidade tem cunho político.

Os interesses de Maranhão já estariam muito bem representados no evento pelos seus dois senadores e cinco deputados federais. Achou pouco e pecou muito. Não precisava se expor dessa forma e reaparecer na cena pública advogando em defesa de um interesse paroquial. Poderia ter usado o prestígio com tema mais abrangente.

O ex-governador deu mais elementos à tese de politização do impasse levantada pela Prefeitura. Se já não bastasse a direção do Aeroclube ter escalado dois advogados ligados ao PMDB, agora o próprio Maranhão resolveu botar a cara e mostrar que está do lado do Aeroclube. No que o faz com muita legitimidade: desde 1957 é um dos 250 sócios da entidade.

A causa, o efeito e a crítica de Bira – O vereador pessoense Bira Pereira (PSB) foi o primeiro a criticar o engajamento de Maranhão na causa do Aeroclube. “Se esperava que o ex-governador reaparecesse propondo algo de positivo para a Paraíba. Infelizmente o governador foi instigado a reaparecer a partir de um interesse próprio no lugar de uma causa da coletividade”.

Manoel Júnior discursa na Câmara – Após participar da audiência com o ministro da Defesa, o deputado federal Manoel Júnior (PMDB) descarregou a metralhadora e atribuiu a Ricardo Coutinho a demolição da pista do Aeroclube. Chamou o governador de “Ricardo Hussein e Pinochet”.

Couto sai em defesa… Dos mortos – No momento do discurso do deputado Manoel Júnior, quem presidia a sessão era o deputado Luiz Couto (PT). Em seguida, Couto foi à tribuna. Quando todos esperavam uma defesa, ele fez um desabafo contra a superlotação dos cemitérios públicos. Pode?

Extra agenda – Antes de comandar evento na OAB sobre o Governo Dilma, Paulo Frateschi, da Executiva Nacional do PT, toma café da manhã hoje com a cúpula do PT paraibano, no Hotel Igatu.

Emergência – A deputada Chica Motta (PMDB) fez um apelo ao Governo do Estado em defesa da construção de um hospital de emergência e trauma na cidade de Patos para atender o Sertão.

Filha de peixe – Araly Pontes quer seguir a carreira dos pais. Filha do casal de ex-prefeitos de Mari Aderaldo e Vera Pontes, a jovem tem admitido aos mais próximos interesse em entrar na política.

Ranço – O vereador Pádua Leite, de Piancó, não dá sossego à prefeita Flávia Galdino. “Eu vou botar ela na cadeia. Ela ainda vai ser presa”. A prefeita deve rezar muito para desfazer a pragas…

Amabilidades – As vereadoras Raíssa Lacerda (DEM) e Eliza Virgínia (sem partido) voltaram aos debates renhidos. No bate-boca gerado pelo protesto de estudantes saiu gentilezas tipo “destemperada”.

Veto – Por que os vereadores da base governista na Câmara de Campina Grande não querem nem ouvir falar em eleger Pimentel Filho (PMDB) para a Comissão de Finanças da Casa?

Massaranduba I – O presidente da Câmara, José Aderaldo (PMDB), vive uma maré ruim. Outro dia, ele foi agredido pela vereadora Lea Tavares (PDT) com um copo d’água na cara. Deu pra enxugar…

Massaranduba II – Mas a agressão sofrida esta semana foi imperdoável e rendeu ontem até exame de corpo de delito. Ele foi vítima de um murro na cara desferido pelo vereador Kleber Agra (PSDB).

Sem data – Deu no Estadão. O ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, não soube precisar quando ocorrerão as nomeações de Geddel Vieira e José Maranhão. “Isso não tem data para começar”.

Maracujina – Para não desfalcar o Governo na formação das comissões, o deputado Manoel Ludgério (PDT) só deixa a Assembléia após o carnaval. Vai matar de euforia Hervázio Bezerra e Raoni Mendes.

PINGO QUENTE“O PSDB precisa decidir com quem vai ficar”. Do prefeito de Picuí, Buba Germano, admitindo deixar o ninho tucano caso Cícero Lucena se mantenha no comando da legenda.
 

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