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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

A linha do horizonte

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publicado em 28/02/2011 às 07h39

Não deu para guardar muitas lembranças do pai, falecido precocemente na casa dos 20 anos. A infância já difícil ficou ainda mais carregada de obstáculos. Aos dois anos, só podia contar com a dedicação da mãe, uma humilde costureira que fez do seu ofício o corte preciso para cozer a educação do filho.

A escassa renda não era suficiente para saciar singelo, mas “distante” sonho do menino. Os olhos do campinense vez por outra se pegavam fixos 130 km adiante. Lá estava a concretização do desejo guardado no recôndito da pequena alma.

O caminhão truculento se fez transporte do desejo quieto. Aquela carona carregou corpo, coração e mente para a beira do mar. Perto do antigo Elite, desceu apressado e subiu ao clímax inexprimível ao atirar as retinas para o infinito refletido pelo colorido celeste. Foi amor à primeira vista. O menino se encantou. Até tentou inocentemente acompanhar com exatidão aquela linha desenhada ao longe.

Não dava pra piscar. O apressar das horas o obrigou a apreciar a imagem como um quadro raro que podia se perder nas suas formas e cores em segundos de desatenção. E na hora da partida, um pranto incontido. Nada mais o faria se desviar do inesquecível traço marcado pelo compasso divino.

“Meu filho, essa linha não existe, mas se você quiser e estudar muito, quem sabe você não vai atingir essa linha”, argumentou a mãe comovida com o choro da despedida. O menino guardou aquela frase e partiu. Desbravou continentes e terras distantes. Conquistou relevo, cultura, bagagem e prestígio com autoridades internacionais e emblemáticos estadistas brasileiros.

O tempo apressado pintou de branco a cabeça do viajante sonhador. A cadeira de rodas pensa que lhe impôs o fim da viagem. Coitada! Desconhece que quem costurou a vida pelo conselho materno, jamais terá roubada a capacidade de seguir em frente e conquistar até aqueles sonhos escondidos por trás da linha do horizonte.

O menino, a linha do horizonte e Luismar – Luismar Resende é a fonte de inspiração deste artigo. O texto acima é fruto de rápida e despretensiosa conversa telefônica deste aprendiz de colunista com o reconhecido executivo paraibano. A divagação foi uma forma de incentivar o nosso Luismar a prosseguir com a redação do livro “Em Busca do Horizonte Fugitivo”.

Arquivo e histórias para posteridade – Apesar da modéstia, Luismar acompanhou momentos históricos da vida política nacional e internacional. O exímio relações públicas conseguiu transitar gabinetes disputados, mas carrega a frustração de ter testemunhado a estagnação da Paraíba.

O sonho de todos nós – Via celular, Luismar confidenciou ao colunista um sonho que carrega. Quer ser o anfitrião da Noite do Aperto de Mão, uma festa onde todos os políticos paraibanos seriam convidados aos cumprimentos, um gesto em defesa dos interesses da Paraíba.

Sousa – Nem André, nem Leonardo. Marcondes é o nome mais cotado a representar o grupo Gadelha nas eleições de 2012. O ex-deputado federal recebeu ontem apelo para ser candidato.

A cor das penas – Eliza Virgínia pensou direito e resolveu adiar para depois do carnaval sua filiação ao PSDB. Ouviu de conselheiros que o tucano do PSDB está bem parecido com a pomba do PSB.

Tiroteio – Sargento Dênis (PV) voltou a atirar sem cano silencioso no colete do ex-deputado major Fábio (DEM). Acusou o democrata de usar a PEC 300 na Paraíba como tábua de salvação.

Urubus – O governador Ricardo Coutinho (PSB) bateu forte nos peemedebistas que foram ao ministro da Defesa pedir em favor do Aeroclube. “Estão sobrevoando como urubus na carniça”.

Politização – “Lamento quando vejo pessoas que não trazem um centavo para fazer uma casa ou um metro de calçamento, em João Pessoa e na Paraíba, politizar o caso em Brasília”, acusou Coutinho.

Mais espaço – A propósito, até agora a direção do Aeroclube da Paraíba não se pronunciou sobre a doação de um terreno três vezes maior ofertado pelo prefeito do Conde, Aluísio Régis (PMDB).

Plebiscito – Deve ganhar força a tese de consulta popular no caso do Aeroclube em João Pessoa. Depois do cientista político Jaldes Menezes, o prefeito Luciano Agra também cogitou o assunto.

Curiosidade – O leitor Eduardo José Guimarães ([email protected]) manda fazer instigante indagação: “Por qual razão não se divulga os nomes destes marajás do Detran”? Boa pergunta.

Em Serra Branca – Natércio Brito (naterciobrito@hotmail) estranhou a aparição do vice Rômulo Gouveia ao lado de Pedro Medeiros e do prefeito Dudu (PMDB), “representantes do atraso e da traição”.

Cultura – Magno Nicolau ficou animado com o saldo do recente Encontro de Escritores, Editores, Livreiros e Bibliotecários. Vê boas perspectivas de melhorias no acervo literário paraibano.

PINGO QUENTE“Precisamos de uma reunião urgente antes de uma nova disputa”. Do deputado João Gonçalves aconselhando o tucanato a fechar o bico e juntar as penas.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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