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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Abandono e descaso

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publicado em 06/03/2011 às 05h26

A gente bem que tenta, mas é difícil depositar confiança e credibilidade nas gestões públicas e na boa fé da classe política. Até quando algo de positivo é concretizado, posteriormente vem a indiferença dos autores e a frustração do cidadão.

Falo de centenas de ações governamentais que a população não tem a felicidade de ver efetiva serventia. Só nas redondezas de Sousa, Alto Sertão, região promissora, mas carente da intervenção pública, há dois exemplos do descaso com equipamentos capazes de fomentar renda e resgatar a auto-estima de um povo.

Inaugurada em março de 2008, com direito até a presença do então ministro Geddel Vieira Lima, a Estação de Piscicultura de Marizópolis até hoje nunca gerou um alevino sequer, apesar da capacidade de produzir 10 milhões por ano.

O prédio, orçado em R$ 1,2 milhão, está entregue as baratas, literalmente. Os tanques para criação de tilápia, tambaqui, curimatã e carpa estão secos e cobertos pelo mato. Se estivesse em funcionamento, beneficiaria sofridos sertanejos de 59 cidades. E mais: o Dnocs paga uma empresa de segurança para vigiar o prédio abandonado.

Já o Centro de Tradições Ciganas, em Sousa, custou R$ 300 mil. A inauguração trouxe em 2009 o ministro da Igualdade, Edson Santos. Até agora, não foram instalados lá computadores e biblioteca, como prometido. A Prefeitura não gasta um centavo com cursos que dariam aos ciganos educação, emprego e a dignidade do resgate da própria cultura. A única cultura que prevalece mesmo é a do faz de contas dos políticos.

Creme de jiló – Com todos os temperos a disposição na cozinha, tem chefe que consegue errar a receita e ainda deixar cair mosca no prato. E se não apagar o fogo, pode queimar as mãos.

Denaro – Conceituado restaurante de João Pessoa, especializado em massas, serviu cardápio inusitado essa semana. A mistura dos contrários quase se transformou em acre sarapatel.

Efraim Morais, a infraestrutura e o apagão – Nem a investidura na secretaria de Infraestrutura do Governo do Estado ‘levantou a moral’ do ex-senador Efraim Morais (DEM). Desde que perdeu nas urnas, o democrata foi deletado do noticiário político. Até na eleição da Assembléia Legislativa, onde o seu partido tinha candidato, Efraim preferiu a discrição e pouco influenciou.

Raoni, Hervázio e o carnaval – Piada que circulou durante a semana passada nos bastidores da Câmara da Capital. O suplente Raoni Mendes (PDT) não gosta de folia, mas adoraria ver o vereador Hervázio Bezerra (PSDB) desfilando numa escola de samba. De preferência, a “Vai, Vai”.

Contradições – Médicos do PSF de Cajazeiras contabilizam dois meses de salários em atraso. Um deles, Oscar Sobral, não agüentou a humilhação e já pediu demissão. Vai para outra cidade. Enquanto isso, denuncia a Oposição, o nepotismo dá na canela na Prefeitura.

Pit Stop – O vermelho acendeu a luz. Sem combu$tível, bravos pilotos acostumados com Ferraris, agora montados em pau de arara, suplicam pela presença dos donos da escuderia.

Solidariedade – Muitos petistas estão comovidos com a angústia do ex-deputado Rodrigo Soares. Em 2011, ele já foi mais de 10 vezes a Brasília para garantir uma diretoria da Sudene.

Pra aliviar – Nem só de más notícias vive Cabedelo. Nesta terça-feira, tem desfile de escolas de samba, tribos indígenas e orquestras. A festa é bancada pelo vereador Wellington Brito.

Projeto verbal – Wellington Roberto (PR) se antecipa aos fatos e já fala em 2014. Brada alto: desta vez será sim candidato ao Senado da República. Em 2010, cansou de dizer a mesma coisa.

Tangendo – O bloco “Vaca Morta”, do vereador pessoense João dos Santos (PR), saiu ontem no Padre Zé. A vaca de João rumina só de pensar no pasto do Paço Municipal.

Em casa – A quase ‘freira’ deputada Luiza Erundina (PSB) fugiu da barulhenta São Paulo e decidiu passar o carnaval descansando na tranqüilidade peculiar de sua terra natal.

Vidas opostas – O deputado Wilsinho Filho (PMDB) perdeu a notável paciência com o atraso de uma hora do vôo Brasília-João Pessoa. Imagine Cássio que espera o Senado há três meses.

Motivada – Giucélia Figueiredo (PT) está convencida da viabilidade de disputar a prefeitura de Bayeux. “Os ex-prefeitos estão quase todos fora da disputa. É hora do elemento novo”.

Outra dimensão – Hervázio Bezerra nem está no céu (Agra) e nem na terra (Oposição). Diz que chegou ao limbo, conceito “de lugar fora dos limites do céu, onde se vive a felicidade natural”.

Em Sousa – Adversários divergem do conceito de forasteiro. Governistas dizem que Marcondes Gadelha mora em Brasília. Gadelhistas lembram: Tyrone mora em Juazeiro do Norte.

PINGO QUENTE“Eu não posso fechar portas”. Do aberto deputado Márcio Roberto (PMDB), em entrevista ao MaisPB, sobre os rumores de adesão ao governador Ricardo Coutinho.

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